O treino locomotor é uma técnica composta por um conjunto de atividades em superfícies planas, instáveis ou escadas com o objetivo principal de adquirir ou aprimorar a marcha, auxiliando também o paciente a manter o equilíbrio e a postura, seja em posições estáticas ou dinâmicas.
Esse treino de equilíbrio é importante pois melhora a posição e o alinhamento do corpo em relação à gravidade, a prática motora e proporciona experiências capazes de modificar a capacidade de executar algumas ações.
Para isso, utiliza-se diferentes modalidades de exercício: treino de marcha em solo e na barra paralela, com ou sem obstáculo; treino de fortalecimento muscular; treino com triciclo, bicicleta ergométrica, andador e esteira; exercícios de equilíbrio, atividades em pé, correr, sentar e levantar.
A marcha é uma atividade complexa e que envolve um padrão de contrações musculares em diversos segmentos do corpo. Para ser eficaz, pode-se dizer que ela deve deslocar o centro de gravidade do corpo com o menor gasto de energia. Essa atividade utiliza dois conceitos chaves: o passo e a passada.
– Passo: distância entre o toque do calcanhar de um pé e o toque seguinte do calcanhar do outro pé.
– Passada: distância entre o toque do calcanhar de um pé e o toque seguinte do calcanhar deste mesmo pe. Equivale a dois passos.
Ciclos de marcha
O ciclo de marca é o período entre o contato de um pé no solo até o contato seguinte deste mesmo pé. Ele é dividido em duas fases: fase de apoio, quando o pé está em contato com o solo, e fase de balanço, onde o é não está em contato.
A fase de apoio é dividida em cinco momentos:
– Toque do calcanhar, que é quando o ciclo começa: assim que calcanhar toca o solo;
– Fase de contato: quando o pé está plano e em contato com o solo. Nesta fase, o peso corporal está dividido em toda a superfície plantar;
– Apoio médio:o pé ainda está em contato com o solo, porém o peso é transferido para a região anterior do pé;
– Saída do calcanhar: fase em que o calcanhar de desprende do solo;
– Propulsão de pé: por fim, o pé perde contato com o solo e inicia a fase de balanço.
Com o fim da fase de apoio, o corpo é projetado para frente.
A fase de balanço é dividida em:
– Aceleração: quando o pé se eleva do solo, acelerando para frente e para cima;
– Oscilação: é o ápice da aceleração. Neste momento, o pé alcança a maior elevação em relação ao solo;
– Desaceleração: período em que o movimento, já desacelerado, segue até que o calcanhar toque o solo.
A partir da desaceleração, se inicia outro ciclo de marcha.
O profissional adequado para analisar a marcha é o fisioterapeuta, que será capaz corrigi-la a partir do treino locomotor. Pacientes que sofreram AVC, portadores de doenças neurológicas degenerativas, situações de perda da capacidade de marcha devido ao envelhecimento, períodos pós cirúrgicos ou situações que interfiram na marcha são exemplos de situações que necessitam do treino de marcha.
Durante o nosso crescimento e desenvolvimento, criamos um padrão de movimentos semelhantes com aqueles que nos cercam. Porém, ter o padrão incorreto de marcha pode acarretar em dores no quadril, nas articulações e nos membros inferiores. Quando a marcha prejudica alguma articulação, também é é necessário iniciar uma reeducação, a partir do treino locomotor, para corrigir as anormalidades.