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Fisioterapia com aplicação de toxina botulínica

Fisioterapia com aplicação de toxina botulínica

Um dos grandes obstáculos no processo de reabilitação neurológica é a espasticidade, que consiste em uma alteração na rigidez dos músculos decorrente de doenças que lesionam as células do sistema nervoso. As principais causas da espasticidade são a paralisia cerebral, lesão muscular, esclerose múltipla ou lateral amiotrófica, acidente vascular cerebral (AVC) e lesões cerebrais causadas por traumatismos físicos, hemorragias ou falta de oxigênio.

A espasticidade pode ser dolorosa, com sintomas variando desde a contração muscular até deformidades graves, com permanente encurtamento muscular e posturas anômalas. Com isso, pode aumentar o grau de dificuldade para realizar simples atividades diárias como caminhar, escovar os cabelos e vestir-se.

Uma das técnicas de tratamento da Fisioterapia para diminuir ou amenizar a espasticidade, principalmente os casos mais severos, é através do uso da Toxina Botulínica Tipo A. A substância atua na prevenção de uma série de deformidades e proporciona o relaxamento da musculatura, oferecendo ganhos importantes que seriam impossíveis sem a aplicação da técnica.

A Toxina Botulínica Tipo A é uma neurotoxina potente, e as injeções locais da substância, em doses adequadas e em músculos individualizados alivia os espasmos musculares resultantes da atividade neural excessiva. 

Quando é injetada, a substância liga-se aos receptores  terminais encontrados nos nervos motores do músculo, o que ocasiona um bloqueio na condução neuromuscular, entra nos terminais nervosos e inibe a liberação da acetilcolina. Se administrada de maneira intramuscular, em doses terapêuticas, a substância é capaz de produzir uma paralisia muscular localizada, por denervação química temporária.

O bloqueio da condução nervosa resulta tanto na diminuição das atividades musculares por alguns meses quanto na dor, possibilitando que o paciente possa adquirir, novamente, os movimentos. A eficácia da aplicação inicia entre 24 e 72 horas após a aplicação, com a melhora clínica já notada entre 7 e 10 dias do início do tratamento. Já o intervalo entre as aplicações da Toxina Botulínica Tipo A é variável, com um intervalo médio de 3 e 4 meses entre as aplicações.

Ganhos na Fisioterapia após o uso da Toxina Botulínica Tipo A

Apesar dos benefícios do uso da Toxina Botulínica Tipo A, é necessário associá-la ao tratamento fisioterápico e estabelecer um programa de reabilitação intensivo, de modo que o efeito seja duradouro, permanente e alcance os resultados desejados.

É importante ressaltar que a substância é coadjuvante no tratamento da espasticidade, sendo o plano de tratamento fisioterapêutico o responsável pelos benefícios alcançados pelos pacientes. Por isso, o programa de reabilitação é fundamental após o procedimento.

Com a ação da Toxina Botulínica Tipo A, o fisioterapeuta buscará potencializar a mobilidade e a força dos músculos, buscando alcançar os efeitos da desnervação. Várias técnicas da fisioterapia podem ser aplicadas, como o método Bobath, o treino de marcha e exercícios de estiramento muscular passivo, buscando a melhora no grau de amplitude de movimentação passiva e do padrão de marcha.

As aplicações da substância abrem uma janela de tratamento, na qual a Fisioterapia deve ser intensiva, aproveitando o período de relaxamento muscular para a criação de novos padrões de movimentos, o que resulta na melhora funcional. Porém, isto depende de um programa global de reabilitação que requer a colaboração, também, dos familiares e a dedicação do paciente.

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