O que é Assimetria Craniana?
Existem variados tipos de assimetrias cranianas e os mais conhecidos são a braquicefalia, quando há o achatamento da parte posterior da cabeça, alargando-a; o outro é a plagiocefalia, em que apenas um dos lados fica achatado. Já o alongamento excessivo do crânio, muito mais raro hoje em dia, chama-se escafocefalia.
Por que isso acontece?
Quando o bebê nasce, os ossos se apresentam separados uns dos outros. Essa característica facilita a passagem pelo canal vaginal e permite o crescimento do cérebro, que chega a dobrar de tamanho nos primeiros meses de vida. Por esse motivo, a cabeça dos recém-nascidos é menos rígida e requer uma atenção especial.
Principais Causas:
- posicionamento para deitar ou dormir: muitos bebês viram sempre a cabecinha para o mesmo lado, é como se fosse mesmo uma preferência. Além disso, uso excessivo de dispositivos como bebê conforto ou cadeirinhas podem ocasionar a assimetria;
- torcicolo congênito: quando isso acontece, os músculos do pescoço ficam mais comprimidos em uma das laterais, o que pode fazer com que o bebê vire a cabeça sempre para um único lado, favorecendo o achatamento do crânio;
- fechamento precoce das placas ósseas: em alguns casos, os ossos cranianos podem se fechar antes que o crescimento cerebral seja finalizado. A esse acontecimento, damos o nome de plagiocefalia associada à craniossinostose, pois não está ligada à questão posicional;
- parto natural: é normal acontecer nessa situação, afinal, o canal vaginal é bastante estreito quando comparado à cabeça do recém-nascido. Mas, tudo bem, esse é um dos motivos de a cabecinha dele ser flexível. Em alguns dias, o mais provável é que a deformação desapareça;
- gestações múltiplas: quando o espaço dentro do útero fica apertado.
Percebi Assimetria craniana no meu bebê, e agora?
A primeira medida que pode ser tomada para tratar uma assimetria craniana posicional identificada nos primeiros meses é procurar evitar o apoio na região que está achatada e apoiar o máximo possível a região que está proeminente. Chamamos esta etapa de REPOSICIONAMENTO. Saiba aqui abaixo como funciona:
-Aumente o tempo que a criança fica de barriga para baixo. O bebê deve passar pelo menos 30 minutos por dia nessa posição. O ideal é ir aumentando esse tempo aos poucos para que a criança se acostume e desenvolva os músculos do pescoço.
– Mude a direção que o bebê dorme no berço semanalmente. Aqui, o objetivo é oferecer novos estímulos para que a criança olhe em diferentes posições.
– Cuidado com a cadeirinha. Apesar de manter uma posição diferente, o apoio para a cabeça é duro e pode facilitar que o bebê desenvolva assimetria. Por isso, especialmente nos primeiros 6 meses, é importante que a criança só fique na cadeirinha enquanto estiver no carro.
– Durante o dia e sob a sua supervisão, o bebê pode dormir de lado e até de barriga para baixo. Mas só se você estiver por perto!
– Quando o bebê estiver no colo, segure-o na posição vertical, com a cabeça apoiada em seu braço ou ombro. E não esqueça de alternar a posição na hora de amamentar.
Caso o reposicionamento não tenha sucesso, o que devo fazer?
Na Santa Clínica, uma fisioterapeuta especializada examina o bebê e realiza diversas medidas da cabeça da criança. De acordo com o exame físico e com as escalas internacionais podemos classificar e graduar as assimetrias e quantificar sua gravidade, propondo as terapias mais adequadas. Alguns especialistas utilizam o escaneamento tridimensional a laser das cabecinhas.
Caso a órtese (capacetinho) seja recomendada, aconselha-se a utilização da mesma por, no mínimo 20 horas diárias, e é necessário retirá-la na hora do banho, quando também precisará ser higienizada.
O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, sendo melhores os resultados quando o tratamento é iniciado entre 4 e 6 meses de vida. Após 1 ano de vida os resultados podem não ser mais tão satisfatórios.
O tratamento dura entre 3 e 6 meses dependendo da gravidade da assimetria. Os ajustes na órtese são feitos em intervalos de 2, 3 ou 4 semanas.
Quais as consequências da assimetria craniana não tratada?
A assimetria craniana não interfere nas habilidades intelectuais do bebê.
Além da questão estética, lembramos que se não tratada a criança pode vir a sofrer bullying posteriormente caso a deformidade seja muito marcante.
Alguns estudos mostram que crianças com severas assimetrias podem ter algumas alterações funcionais como má oclusão dentária e articulação temporomandibular.
Para finalizar, lembramos que o melhor tratamento é a prevenção. Por isso, é muito importante poder contar com toda atenção dos pais e a avaliação precoce do médico pediatra ou neuropediatra. Assim, seu filho passará por um desenvolvimento mais tranquilo e saudável.