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ENTENDENDO OS 5 NÍVEIS DE CLASSIFICAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA GROSSA (GMFCS)

O GMFCS é extremamente importante pois fornece aos profissionais e família uma descrição clara da função motora da criança e também uma ideia do tipo de equipamentos e dispositivos de mobilidade que essa criança possa precisar no futuro, além de ser muito útil para elaborar objetivos.

O Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (em inglês abreviado como GMFCS) é um sistema de classificação de 5 níveis, que descrevem a função motora grossa de pessoas com Paralisia Cerebral com ênfase no sentar, andar e mobilidade. A versão original foi desenvolvida em 1997 e a versão revisada e expandida, em 2007 (GMFCS – E&R), que inclui a faixa etária de 12 a 18 anos.

Também ajuda a direcionar pais/ cuidadores a entender e adaptar expectativas das habilidades de movimento de seus filhos, e como essas podem progredir ao longo do tempo. Mas é importante observar que os níveis de classificação devem ser usados como orientação/ guia geral e podem não afetar diretamente cada criança da mesma forma.

Por exemplo, a probabilidade de uma criança nível V andar é bem baixa e muito diferente da probabilidade de crianças nos níveis I, II e III. Com isso, o sistema ajuda no planejamento das intervenções, já que para crianças nos níveis IV e V, a ênfase deve ser dada em promover saúde, prevenir incapacidades secundárias e, uso de tecnologia e equipamentos adaptados para promover maior participação. Já com crianças nos níveis I, II e III, o foco pode ser maior em alcançar e aperfeiçoar habilidades motoras grossas.

Na definição do sistema de classificação de cinco níveis, o primeiro critério foi que as distinções entre níveis teriam significado na vida diária. As distinções são baseadas nas limitações funcionais, na necessidade de utilização de dispositivos auxiliares de locomoção (andarilhos, canadianas, bengalas) ou cadeiras de rodas, e em menor extensão, na qualidade do movimento.

Os utilizadores do GMFCS são encorajados a terem em atenção o impacto que os fatores ambientais e pessoais podem ter naquilo em que as crianças e jovens são observados ou que é reportado fazerem. A finalidade do GMFCS é determinar qual o nível que melhor representa as atuais competências e limitações na função motora global. A ênfase é dada ao desempenho habitual em casa, na escola e em espaços da comunidade (ou seja, aquilo que fazem), em vez daquilo que é conhecido serem capazes de fazer no seu melhor (capacidade). Portanto, é importante classificar o desempenho atual na função motora global e não incluir juízos sobre a qualidade do movimento ou prognósticos para melhoria.

Segue um resumo dos 5 níveis para melhor compreensão:

Nível I
– Até 2 anos: lactentes começam a aprender a sentar no chão e a usar as duas mãos para brincar e manipular objetos, posteriormente são capazes de engatinhar e se levantar e, aos 18 meses, podem andar.
– De 2 a 4 anos: sentar com sucesso no chão sem ajuda, podem também começar a ficar em pé sem auxilio e caminhar.
– De 4 a 6 anos: sentar em cadeira e levantar-se da cadeira sem assistência, mover-se para o chão de uma cadeira sem assistência, caminhar sem assistência, começar a correr e pular
– De 6 a 12 anos: correr, andar, pular e subir escadas sem assistência; ainda pode faltar equilíbrio e coordenação.

Nível II
– Até 2 anos: lactentes podem começar a sentar no chão com auxilio/ apoio, podem começar a engatinhar nas mãos e nos joelhos/ barriga.
– De 2 a 4 anos: sentar no chão com assistência/ usando as mãos, engatinhar com as mãos e os joelhos, possibilidade podem andar com dispositivos auxiliares ou segurando em móveis.
– De 4 a 6 anos: sentar em uma cadeira sem assistência, ficar de pé para se moverem para o chão assistência, caminhar por curtas distâncias sem apoio e subir escadas com corrimão. No entanto, não podem pular ou correr.
– De 6 a 12 anos: andar tanto em ambientes internos quanto externos com pouca ou nenhuma assistência, mas necessitando ajuda para caminhar em multidões/ ambientes desconhecidos/ ladeiras. Ainda com necessidade de apoio em corrimão ao subir degraus, e com habilidades mínimas para correr e pular.

Nível III
– Até 2 anos de idade: lactente pode rolar e rastejar, mas precisa de auxílio para sentar.
– De 2 a 4 anos: sentar sem apoio (geralmente na posição “W”), engatinhar.
– De 4 a 6 anos: sentar em uma cadeira com apoio do tronco se estiverem usando as mãos, capacidade de se levantar da cadeira com a ajuda de móveis resistentes, e subir escadas, andar com dispositivo de mobilidade para assistência.
– De 6 a 12 anos: com um dispositivo de mobilidade, capacidade de andar ao ar livre e dentro de casa, possível subir escadas sem a ajuda de adultos (com o uso de corrimão). se necessidade de andar longa distância ou percurso irregular ou inclinado, necessidade de transporte ou uso de cadeira de rodas.

Nível IV
– Até 2 anos: lactentes rolam, mas só sentam para cima com a ajuda do tronco.
– De 2ca 4 anos: Sentar com auxílio de mãos e os braços para apoio, maioria precisa de equipamento adaptável para sentar e ficar em pé, mas consegue rastejar/rolar.
– De 4 a 6 anos: Sentar em uma cadeira com apoio para o tronco, podendo sair da cadeira com apoio de uma superfície resistente, caminhar distâncias curtas sob supervisão de adultos.
– De 6 a 12 anos: Mobilidade anterior aumentada com cadeiras de rodas e dispositivos de assistência, especialmente na escola ou na comunidade.

Nível V
– Até 2 anos: sem controle voluntário dos movimentos, lactente não consegue segurar a cabeça e o tronco sem apoio, também precisa de assistência para rolar.
– De 2 a 4 anos: dificuldade de sentar sem assistência, engatinhar ou obter qualquer tipo de mobilidade independente.
– De 4 a 6 anos: possível se sentar em uma cadeira, mas com necessidade de equipamentos adaptáveis (para manter a criança no lugar). Necessidade de transporte para atividades diárias (ausência de mobilidade independente).
– De 6 a 12 anos: Algumas crianças podem conseguir mobilidade com cadeira de rodas eletrônica, mas limitada ao ponto em que não puderem se mover por conta própria.

Na descrição dos níveis, foi feito um esforço para enfatizar as competências e não as limitações. Assim, como princípio geral, a função motora global das crianças ou jovens que são capazes de executar as funções descritas num qualquer nível, serão provavelmente classificadas nesse ou no nível superior; em contrapartida, as crianças ou jovens que não podem executar as funções de um determinado nível funcional, deverão ser classificadas abaixo desse nível.

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