Embora pareça improvável, as crianças também podem sofrer o Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente chamado de derrame. Ele acontece interrupção súbita da circulação sanguínea em alguma ou várias partes do cérebro. Os efeitos dessa interrupção são neurológicos, podendo causar sequelas leves e, até mesmo, profunda nas crianças.
Para evitar os graves efeitos, é importante que os primeiros sinais sejam identificados para que o tratamento seja iniciado. O AVC infantil acontece em crianças entre 1 e 18 anos, porém o quadro pode acontecer com bebês abaixo de 1 ano também, principalmente quando sofrem algum tipo de complicação no parto, como algum distúrbio que cause a falta de sangue no cérebro da criança.
Em adultos, a pressão alta e o diabetes são alguns dos fatores de riscos para a ocorrência do AVC. Já durante a infância, as principais causas estão relacionadas à anemia falciforme, cardiopatias congênitas, meningencefalites, malformações dos vasos cerebrais, aneurismas e doenças hematológicas . A dor de cabeça também pode ser um sinal de alerta para os pais.
Uma maneira para que os pais saibam identificar os primeiros sinais de um AVC e procurar atendimento médico é utilizar o mnemônico SAMU:
S – Sorria: a criança pode apresentar paralisia facial de um lado do rosto, ao sorrir.
A – Abrace: para identificar qual lado dos membros da criança está paralisado.
M – Música: para identificar se houve alteração da fala.
U – Urgência: procure um serviço de atendimento de urgência!
O AVC ocorre ao mesmo tempo em que os sintomas acontecem, por isso a criança deve ser levada imediatamente para o atendimento médico. Outros sintomas ainda mais agudos são a sensação de fraqueza, visão dupla, perda da coordenação motora e crises convulsivas.
Tratamento após o AVC infantil
Embora também seja grave, com riscos de morte ou de sequelas como dificuldade locomotora ou de fala, crianças e adolescentes possuem mais chances de recuperação após um AVC, quando comparados aos adultos. Isto porque a neuroplasticidade é maior nos primeiros anos de vida. Quanto mais rápido o diagnóstico e o início do tratamento, maiores as chances de reversão da sequela.
Após um AVC, a maioria das crianças podem apresentar sequelas como a paralisia cerebral, a epilepsia e problemas cognitivos e comportamentais. Por isso, a fisioterapia se torna um tratamento fundamental, pois atua, entre outros, na melhora do tônus e da força muscular, do equilíbrio e das funções motoras. Além do impacto positivo à longo prazo, a atuação do fisioterapeuta melhora a qualidade de vida e a saúde física e emocional da criança e da família.
A fisioterapia apresenta diversas técnicas e recursos para o tratamento do AVC infantil, entre elas o Método Bobath, a facilitação neuromuscular proprioceptiva e a terapia de restrição e indução do movimento. A escolha do método que mais se adequa ao caso deve ser feito pelo fisioterapeuta especializado, após a avaliação clínica da criança.
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