A estimulação visual consiste em utilizar a visão residual que a criança possui, proporcionando exercícios específicos que se baseiam no funcionamento visual, com o objetivo de alcançar o mais alto desempenho possível desse resíduo visual. A estimulação visual realizada na Terapia Ocupacional busca resgatar todos os potenciais perceptivos existentes na criança, além de combater alterações físicas e psicológicas através de atividades que proporcionem prazer e segurança. Na sala de estimulação visual, o atendimento à pacientes com alterações visuais, é realizado através do uso de equipamentos específicos maximizando a eficiência visual. Quando se fala em funcionamento visual parte-se, então, da primeira função oculomotora que está relacionada aos processos de :
✔Localização Visual – que significa o alcance visual;
✔Fixação Visual que é a habilidade para responder ao estímulo visual depois da localização, mediante a atenção visual;
✔Seguimento Visual – que é a habilidade dos olhos de permanecerem sobre um objeto durante os movimentos horizontais, verticais, circulares, diagonais,
✔Alternância do olhar que é um movimento de fixação de um ponto para outro. É a mobilidade ocular que se dá em todos os planos. A função viso-motora abrange as funções oculomotoras e as funções motoras apendiculares (alcançar, agarrar, controlar os movimentos dos braços, mãos e dedos, preensão e manipulação). Cada um desses componentes é fundamental para o desempenho motor funcional, assim como a informação sensorial, juntamente com o sistema vestibular para a estabilização do corpo, influência no tônus muscular, manutenção da mira visual, direção espacial e das posições dos olhos para movimentos precisos direcionados e metas. (FONSECA; LIMA, 2004) A segunda função óptica é a perceptiva que diz respeito à concentração nas tarefas visuais para discriminação, reconhecimento, identificação e memória visual. A terceira função óptica é a perceptivo viso-motora que compreende o trabalho óculo-manual com as funções perceptivas De acordo com Vietzman (2000) a ausência de estimulação visual pode retardar ou prejudicar o desenvolvimento visual e o atraso em receber estímulos irá predispor não só a aquisição de deficiência visual, como também irá comprometer outras áreas de seu desenvolvimento. (MASINI, 1999, p. 32) Em uma adequada estimulação visual, a experiência prévia, a motivação para ver e o cultivo da atenção, farão com que as capacidades visuais inatas se manifestem e se aperfeiçoem. Sendo assim a estimulação visual propõe um resgate do potencial visual da criança, promovendo condições para que ela estabeleça relações com o meio, vivenciando experiências significativas que irão formar uma subestrutura cognitiva, a qual servirá de base para posteriores construções da inteligência como as reações emocionais e a afetividade subseqüente. (FONSECA; LIMA, 2004)
Alguns itens que são importantes resaltar:
a) a estimulação visual deve ser instituída o mais precocemente possível, sendo mais efetiva nos períodos críticos de organização do desenvolvimento neurológico da criança.
b) A estimulação visual justifica-se como procedimento de escolha para prevenir a privação visual da criança depende da sua condição perceptivo-cognitiva.
c) Cada criança apresenta um nível óptico de funcionalidade visual e este deve ser respeitado.
d) A estimulação visual permite aumentar a eficiência visual, porém não cura ou modifica o processo ou a extensão do comprometimento visual da criança.
e) A integração sensório-motora é necessária à realização de estimulação visual.
f) A estimulação visual é parte integrante de outras atividades específicas: atividades sociais, de vida funcional, escolar e de lazer.