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MEU FILHO ANDA NA PONTA DOS PÉS, E AGORA?

A marcha em ponta dos pés (marcha equina) é caracterizada pela ausência de contato do calcanhar com o chão na fase inicial da marcha.

Isso acontece principalmente porque o bebê ainda não está acostumado com aquele movimento e está aprendendo a controlar sua coordenação motora, ou seja, está passando pelo “amadurecimento da caminhada”. Conforme ele desenvolve os passinhos e o andar, a marcha tende a voltar ao normal sozinha e se estabilizar.

Essa forma de andar costuma desaparecer de três a seis meses após os primeiros passos, mas pode durar mais tempo, até os cinco anos de idade, sem representar necessariamente um problema.

O QUE OS PAIS DEVEM OBSERVAR?

Apesar de ser algo considerado normal, é preciso que os pais prestem atenção em alguns fatores e sempre mantenham as consultas com o pediatra em dia, assim, caso algo seja esteja fora do padrão de desenvolvimento, é possível que o profissional faça o diagnóstico correto, afinal existem alguns problemas que tem como sintoma esse tipo de caminhar na criança.

O que deve ser observado pelos pais é se a marcha com a ponta dos pés é coordenada e eficiente, ou se a criança tropeça e tem dificuldade de locomoção. Também é importante observar se a criança possui equilíbrio, se consegue correr daquela forma e se existem momentos em que ela caminha com o pé inteiro no chão.
Caso a criança consiga se locomover sem problemas e essa forma de caminhar ocorra somente as vezes, é provável que a condição desapareça com o tempo naturalmente, mas caso existam outras características associadas a esse tipo de marcha, é importante buscar ajuda médica para que uma avaliação seja feita.

POSSÍVEIS CAUSAS

As causas da marcha em ponta dos pés podem estar relacionadas a:

  • Fatores idiopáticos (sem causa definida);
  • Encurtamento do Tendão de Aquiles;
  • Alteração no sistema nervoso central;
  • Hiperatividade muscular;
  • Hipersensibilidade tátil;
  • Desmodulação sensorial;
  • Doenças neuromusculares;

A marcha em ponta dos pés idiopática é a mais frequente, tendo incidência de até 24% na população pediátrica em geral. Ocorre em crianças saudáveis, sem rigidez muscular, com movimentação normal e fica evidente desde os primeiros passos, nos dois pés e não apresenta característica progressiva. Quando essa postura persiste além dos dois anos de idade em criança com desenvolvimento motor adequado, é necessária uma avaliação médica.

DIAGNÓSTICO (PATOLOGIAS ASSOCIADAS)

Primeiramente, o diagnóstico de uma marcha em pontas idiopática é feito por exclusão. Isso significa que, ao procurar um ortopedista ou neurologista pediátrico, ele deverá excluir algumas condições que podem causar esse padrão de andar. Entre elas estão:

  • Encurtamento do tendão de Aquiles: esse tendão liga a parte baixa da batata da perna ao calcanhar. Se for muito curto, pode impedir o calcanhar de tocar o chão;
  • Paralisia cerebral: andar na ponta dos pés pode ser reflexo de uma desordem mais grave do movimento, tônus muscular ou postura causado por dano ou desenvolvimento anormal da parte do cérebro que controla a função muscular;
  • Distrofia muscular: trata-se de uma condição genética em que as fibras musculares são propensas a se danificarem e a ficarem fracas com o tempo. Esse diagnóstico é mais provável se a criança iniciou a marcha normalmente e depois passou a andar na ponta dos pés;
  • Transtorno do Espectro Autista: o autismo não afeta apenas a forma como a criança se comunica ou interage com os outros, mas também pode ter impactos sobre seu aprendizado motor.

SINAIS DE ALERTA!

São considerados sinais de alerta indicativos da marcha equina:

  • Permanência do andar na ponta dos pés até 4 anos de idade;
  • Sentar na postura de W;
  • Sentar sobre os joelhos;
  • Rejeição ao contato com diferentes texturas.

QUAIS OS SINTOMAS?

  • Quedas frequentes;
  • Dificuldade na prática de esportes;
  • Dores nas pernas;
  • Alteração postural;
  • Diminuição de equilíbrio;
  • Encurtamento dos músculos da panturrilha;
  • Diminuição de amplitude de movimentos de tornozelo e pé;
  • Deformidades na articulação do tornozelo;
  • “Bullying”.

É UMA DOENÇA GRAVE?

Não. Porém, como todo desarranjo funcional, o não tratamento de forma precoce pode levar a deformidades permanentes que causam alterações de desenvolvimento importantes, como marcha na ponta dos pés, dedos em martelo, desgastes osteomioarticulares, quedas frequentes, entre outras complicações.

EXISTE PREVENÇÃO?

Depende da causa. Quando a manutenção errônea da marcha é causada por fatores neurológicos, sensoriais ou deformidades osteomioarticulares advindas desde o período intra-útero, não existe possibilidade de agir de forma preventiva.

Já as demais causas podem ser tratadas de forma precoce com a atuação do profissional fisioterapeuta, do médico ortopedista e do neurologista, com a utilização de órteses para posicionamento de membros, aplicação de toxina botulínica para relaxamento muscular, estimulação à prática de exercícios supervisionados de alongamento, coordenação motora e equilíbrio.

O atraso e/ou ausência do tratamento fisioterapêutico poderá levar ao surgimento de deformidades fixas, tendo como opção apenas o tratamento cirúrgico.

EXISTE TRATAMENTO?

Sim, existe o tratamento pode ser realizado de forma conservadora e/ou cirúrgica.

Conservador:

Fisioterapia associada ao uso de órteses (aparelhos nos pés com tiras de velcro) para manter os músculos da panturrilha alongados;

Aplicação da Toxina Botulínica (Botox®) na panturrilha com o objetivo de relaxar os músculos;

Pode-se ou não fazer o uso do gesso para alongar o músculo após aplicação da medicação.

Cirúrgico:

Indicado quando o tratamento conservador não obteve sucesso;

Pós-operatório é associado à fisioterapia e ao uso de órtese.

Ambos oferecem bons resultados quando realizadas na idade adequada.

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA MARCHA DE PONTA DOS PÉS

Avaliação fisioterapêutica é realizada através de um protocolo específico diferenciado para esse diagnóstico, ficando em alerta para a presença de sinais sensoriais e motores.

A intervenção tem como objetivo a prevenção de deformidades, ganho de mobilidade no tornozelo, alongamento dos músculos da panturrilha, fortalecimento dos músculos localizados no dorso do pé, alinhamento postural, equilíbrio (estático e dinâmico) e propriocepção, estímulos multissensoriais e psicomotores.

Durante o tratamento são ensinados aos pais e/ou cuidadores exercícios lúdicos para serem realizados com as crianças em domicílio, sem a presença do profissional, a fim de dar continuidade ao estímulo em casa.

As terapias tem frequência variável, e habitualmente mantém-se por períodos prolongados (de um até três anos).

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES DA MARCHA EM PONTA DOS PÉS POR UM PERÍODO PROLONGADO?

Contratura da articulação tíbio-társica;

Fascite plantar;

Dedos “em martelo”;

Tendinite tibial anterior e posterior.

Também como mecanismos compensatórios a criança pode apresentar as seguintes alterações posturais:

Hiperlordose lombar;

Flexão de quadril;

Joelho recurvado em rotação externa da tíbia.

QUAL PROFISSIONAL TENHO QUE PROCURAR?

Na avaliação ortopédica pediátrica, direciona-se a queixa da criança ou da família, realiza-se uma avaliação física completa da criança, buscando identificar no membro inferior a causa que é responsável pela marcha com a ponta dos pés.

Caso sejam identificadas causas neurológicas que justifiquem tal desordem, a criança deve ser encaminhada para um neuropediatra.

A identificação da marcha na ponta dos pés deve ser avaliada e acompanhada precocemente por médico ortopedista e/ou neurologista, por fisioterapeuta e terapeuta ocupacional especializados em pediatria.

Aqui na Santa Clínica®  temos uma estrutura completa e equipe especializada para tratamento fisioterapêutico em casos de crianças com marcha equina a fim de evitar que outros tratamentos mais invasivos se façam necessários. Além disso, possuímos uma clínica adaptada para pessoas com dificuldade de locomoção, com rampa de acesso, elevador e banheiros com fraldário.

O processo de alta da terapia ocorre em conjunto com os profissionais que estão acompanhando a criança.

Estimule! As crianças precisam vivenciar, de forma descalça, ambientes externos de diferentes pisos com objetivo de aumentar sua experiência tátil.

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