A Síndrome de Down (SD), ou trissomia do cromossomo 21, é uma síndrome genética autossômica em que os indivíduos apresentam 1 cromossomo 21 a mais, totalizando 47 cromossomos ao invés de 46.
Ela é considerada a alteração autossômica mais comum no mundo, e pessoas com a SD apresentam características físicas específicas, assim como o atraso no desenvolvimento da função motora associada a deficiências que incluem hipotonia hipotonia e a frouxidão ligamentar. Além disso, as crianças com a Síndrome podem apresentar outras doenças, que variam o grau de incidência, como doenças cardíacas congênitas, distúrbios endocrinológicos, disfunções imunológicas e respiratórias, entre outras.
Uma das características que requer cuidados desde o nascimento é a hipotonia muscular (os bebês nascem mais “molinhos) e a frouxidão dos ligamentos (juntas flexíveis). Por isso, a criança tende a manter a postura mais relaxada, já que os seus músculos são menos tensionados e as articulações mais frouxas.
Para as crianças com SD, a Fisioterapia pode colaborar no desenvolvimento motor, auxiliando-as a se movimentar de maneira correta e no fortalecimento físico. A Fisioterapia pode ser iniciada desde o nascimento, com exercícios que auxiliem o bebê a sustentar o pescoço, rolar, sentar-se, arrastar-se, engatinhar, ficar em pé e andar, minimizando os efeitos motores da Síndrome.
Nos os primeiros seis meses, o Fisioterapeuta inicia o programa de estimulação precoce da criança. A maior parte dos programas de estimulação precoce é dirigida à crianças até os três anos, porém é importante não fixar idades para a aquisição de habilidades, pois há grande variedade na aquisição de habilidades pelas crianças.
As características físicas das crianças com SD fazem com que as habilidades motoras não sejam desenvolvidas da mesma forma que as crianças sem a Síndrome, e sem a Fisioterapia adequada isto pode causar complicações motoras com dores nos pés e o desenvolvimento de um padrão de marcha ineficiente. Além disso, também podem apresentar dificuldades em relação a iniciativa do movimento.
O objetivo da Fisioterapia, portanto, não é acelerar a taxa de desenvolvimento, mas sim facilitar o desenvolvimento de bons padrões de movimento. A longo prazo, o especialista auxilia a criança a desenvolver uma boa postura, um alinhamento adequado do quadril, um padrão de caminhada eficiente e uma boa base física para o exercício ao longo da vida.
A participação dos pais neste processo é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois eles podem explicar o contexto em que a criança vive e relatar o seu desenvolvimento, além de garantir a continuidade da terapia em casa, incluindo alguns exercícios na rotina da família.
A intervenção da Fisioterapia motora em crianças com a Síndrome utiliza técnicas e métodos que promovam o desenvolvimento adequado, o equilíbrio e o correto alinhamento postural, como o Conceito Básico Neuroevolutivo – Bobath, Pediasuit e Fisioterapia Aquática, entre outros.