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O PAPEL DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL NA SELETIVIDADE ALIMENTAR

O QUE É SELETIVIDADE ALIMENTAR?

São dificuldades alimentares comuns na infância, caracterizadas por recusas ou preferências por alguns alimentos de forma não esperada para a idade e não compatíveis com os hábitos alimentares dos familiares.

Estima-se que a porcentagem de crianças com este problema varia de 10 a 30% de crianças com desenvolvimento típico e este número pode subir para até 80% entre crianças com Transtorno do Espectro Autista e ou com problemas dietéticos na família.

Estas dificuldades podem interferir em fatores nutricionais, de crescimento e social sendo, portanto, imprescindível a intervenção precoce.

QUAL A CAUSA DA SELETIVIDADE ALIMENTAR?

O desenvolvimento da alimentação depende de 3 áreas básicas

• Sistema sensorial ( paladar, olfato, tato e propriocepção).

• Habilidades oro-motoras (sugar, mastigar e engoli).

• Maturidade neurológica ( reflexos: sucção,  deglutição  e GAG – reflexo de defesa/ ânsia).

Sendo assim, alguns fatores que podem influenciar na recusa alimentar estão a hipo/hiperreatividade intraoral para diferentes sabores, texturas, temperaturas ou outros; hipotonia orofacial, mastigação ineficiente, alterações na integração dos sistemas sensorias, alergias alimentares, refluxo, fatores psíquicos/emocionais, fatores ambientais e culturais.

Em muitas crianças o ato de se alimentar podem causar estranhamento, algo que não deve ser comparado com “frescura”, pois muitas destas crianças não conseguem processar de forma adequada os estímulos  que chegam nos receptores sensoriais. 

Alguns sinais de seletividade alimentar são:

  • Aceitação alimentar restrita;
  • Preferência por classes de alimentos específicas (paladar, texturas, consistências ou cores);
  • Desinteresse pelas refeições;
  • Grande resistência em aceitar novos alimentos.

COMO E EM QUE CASOS A INTEGRAÇÃO SENSORIAL PODE AJUDAR?

Esta disfunção de origem neurológica pode afetar o desenvolvimento de muitas crianças prejudicando o desenvolvimento infantil, aprendizagem escolar e o desenvolvimento social.

Qualquer criança, jovem e adulto pode apresentar estas dificuldades. É comum encontrar disfunção sensorial, distúrbio oro-motor e distúrbio de comportamentos alimentares em bebês prematuros, crianças do espectro autista, com síndromes genéticas e naquelas crianças onde ocorreu algum dano cerebral.

Em situações normais, o estímulo chega até o receptor e envia comandos ao cérebro; porém, tais comandos ou conexões, quando em contato com o cérebro da criança com restrição alimentar, não se estabelecem e o estímulo não é captado pela região do córtex (onde ele seria processado adequadamente).

A Terapia de integração sensorial, através de atividades  com estímulos adequados à cada criança irá intervir tornando mais adequada as respostas comportamentais frente ao alimento,  sem deixar de levar em consideração fatores orgânicos (metabólicos, neurológico, etc.).

É necessário observar o comportamento da criança para levantar se existem outros dados de alteração no processamento sensorial. Por isso é importante uma avaliação criteriosa com um profissional especializado, nesse caso o terapeuta ocupacional com formação em Integração Sensorial.

É importante os pais aprenderem a observar os dados relevantes do comportamento do seu filho e valorizar a integração dos sentidos nas ações cotidianas pois quanto mais cedo for iniciada a Integração Sensorial, mais fácil será de reverter o quadro e prevenir outros problemas.

DICAS IMPORTANTES:

– Nunca forçar a criança a comer, temos que fazer uma aproximação com a comida de forma prazerosa.
– Levá-la ao supermercado para ajudar a escolher as frutas, legumes e outros alimentos.
– Ajudar a preparar seu lanche.
– Brincar de fazer comidinhas diferentes (com alimentos).
– Comer junto à família (assim a criança vai ver o alimento, sentir o cheiro etc.)
– Brincar de dar comidinha ao boneco, dinossauro etc.
– Evitar eletrônicos no momento das refeições.

OBS: toda mudança tem que ser realizada aos poucos e de forma lúdica, sempre respeitando as dificuldades sensoriais da criança.

PARA A FAMÍLIA: 

Todo comportamento quer dizer algo sobre a pessoa. Entenda que a recusa alimentar em crianças não é birra. É impossibilidade em processar algum tipo de textura, volume, quantidade e/ou temperatura dos alimentos. Além disso, a percepção de saciedade também é uma habilidade de base sensorial e difere muito para cada criança. Nunca force a criança a aceitar algo aversivo a ela. Entenda que a modulação e a discriminação das sensações muitas vezes estão alteradas. O que para um pode ser um prazer para outros pode ser um terror. O quadro de Disfunção do Processamento Sensorial (DPS) pode se modificar mediante tratamento e pela adequação de hábitos no cotidiano.

INTEGRAÇÃO SENSORIAL NA SANTA CLÍNICA®:

Nossos profissionais propõe diferentes atividades terapêuticas que atuam diretamente nos estímulos necessários para a criança e ressaltamos que o trabalho da equipe interdisciplinar é muito importante nos casos de seletividade alimentar (terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, nutricionista).

Faz-se importante frisar que os estímulos são ofertados à criança de forma gradual, partindo sempre do que é tolerável para a criança e avançando sempre a cada desafio cumprido. Muitas vezes a comida entra na atividade terapêutica, após a criança estar mais familiarizada com o maior tipo de texturas possíveis já apresentadas em atividades anteriores.

Aqui na Santa Clínica®, todos estes estímulos são realizados através de outra atividade que toda criança ama: O brincar. Tendo o brincar como principal ferramenta, os exercícios terapêuticos propostos passam a ser um mecanismo eficiente para a evolução, pois a criança se sente mais confortável e motivada através de uma proposta lúdica. 

Além disso, possuímos um espaço amplo e adequado para o maior tipo de experiências possíveis, além de profissionais capacitados para todas as atividades. Nossa estrutura é totalmente acessível a pessoas com ou sem dificuldades de locomoção, incluindo rampa de acesso, fraldário e elevador.

Se seu filho ou filha apresenta alguma restrição alimentar como descrevemos acima, contate nossa equipe ou venha nos fazer uma visita.

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