A medula espinhal é uma importante estrutura do nosso corpo. Ela está alojada no interior da coluna vertebral, tendo início no final do tronco cerebral e se estendendo até quase o fim da espinha. É constituída por nervos que transportam as mensagens entre o cérebro e o resto do organismo, sendo também o centro dos reflexos. A principal função da medula espinhal é estabelecer a comunicação entre o corpo e o sistema nervoso, atuando também nos reflexos.
Ou seja, os reflexos do nosso corpo são construídos nela. O reflexo nada mais é do que uma resposta involuntária e estereotipada ao estímulo sensitivo, sendo uma importante proteção para o nosso corpo. Afinal, situações de emergência exigem uma resposta rápida.
A medula apresenta a forma aproximada de um cilindro, e é nela que residem os neurônios motores que enervam os músculos. Ela também recebe toda a sensibilidade do corpo e até mesmo alguma sensibilidade da cabeça, atuando no processamento inicial da informação de todos estes impulsos, através de neurônios sensitivos.
Como é a principal via de comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, está protegida pela coluna vertebral. Contudo, isto não impede que as lesões acontecem, podendo ter origem fora da medula, o que é mais comum, ou até mesmo dentro dela, em casos menos frequentes.
As doenças mais comuns que atingem a medula são as lesões espinhais e a própria compressão dela. Essa compressão pode ser provocada por um osso, por acúmulo de sangue, por um tumor, uma bolsa de pus ou por uma ruptura ou hérnia de disco. Já as doenças que acontecem dentro da medula espinhal incluem cavidades cheias de líquidos, bloqueio do fornecimento de sangue, inflamação, tumores, sangramentos, esclerose múltipla ou até mesmo a deficiência de vitamina B12 ou de cobre.
As lesões que ocorrem na medula espinhal, de um modo geral, apresentam padrões específicos de síntomas, de acordo com a localização da lesão. Alguns dos padrões que podem ocorrer são:
- Fraqueza
- Alterações nos reflexos
- Perda de algumas sensações, como, por exemplo, a capacidade de sentir um leve toque, a dor, a temperatura, a vibração ou até mesmo sentir onde os braços e as pernas estão.
- Perda do controle da bexiga e do intestino
- Diminuição da transpiração
- Dor nas costas
- Paralisia
A partir dos sintomas e das funções perdidas, o especialista identifica qual a parte da medula espinhal foi danificada. As funções das áreas afetadas podem ser total ou parcialmente perdidas, porém as funções controladas pelas áreas acimas da lesão geralmente não são afetadas.
Quando ocorre a fraqueza ou paralisia, os músculos ficam flácidos e perdem o tônus, necessitando da intervenção da fisioterapia. Isto porque os músculos tendem a se contrair involuntariamente, causando os espasmos e espasticidade.
As doenças que atingem a medula espinhal lentamente podem causar a paralisia espástica, que é a rigidez progressiva e a contração (espasticidade) nos membros inferiores. Estes espasmos ocorrem porque os sinais do cérebro não conseguem passar pela área lesionada para controlar alguns reflexos.
A perda, mesmo que parcial, das funções corporais podem causar perda de autoestima e até mesmo a depressão nos pacientes. Por isso, é importante que o processo de reabilitação se inicie rapidamente, com o apoio da família e de um Fisioterapeuta especializado, além de outros profissionais da saúde.
A fisioterapia busca a recuperação do máximo de funções possíveis, através de exercícios para fortalecer e esticar os músculos. O paciente busca adaptar o dia a dia, com dispositivos de auxílio, bem como aprende a lidar com os espasmos musculares. Com a dedicação do paciente e de seus familiares, é possível melhorar a destreza e a coordenação.