O Transtorno de Espectro do Autismo (TEA) é uma condição de saúde que causa o déficit em três áreas importantes do desenvolvimento: comunicação, socialização e comportamento. Não podemos afirmar que existe apenas um tipo de autismo, existindo diferentes subtipos que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. O autismo é tão abrangente que utilizamos o termo “espectro” pelos diferentes níveis de comprometimento.
A causa do TEA ainda é desconhecida, pois é um transtorno multifatorial, porém há evidências de que haja predisposição genética para ele. Alguns sinais aparecem a partir de um ano e meio de idade, podendo ser notado até mesmo antes em casos mais graves. Os principais sinais de bebês e crianças são:
- Bebês que evitam o contato visual com a mãe, inclusive durante a amamentação;
- Choro ininterrupto;
- Apatia;
- Inquietação exacerbada;
- Pouca vontade para falar;
- Surdez aparente: a criança não atende aos chamados;
- Transtorno de linguagem, com repetição de palavras que ouve;
- Movimentos pendulares e repetitivos de tronco, mãos e cabeça;
- Ansiedade;
- Agressividade;
- Resistência a mudanças na rotina: recusa provar alimentos ou aceitar um novo brinquedo, por exemplo;
É fundamental iniciar o tratamento o quanto antes, por isso deve-se buscar um profissional especializado durante a suspeita clínica, mesmo que o diagnóstico não esteja fechado. Afinal, quanto antes as intervenções começarem, maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida do paciente.
O tratamento do autismo é personalizado e interdisciplinar, sendo o Fisioterapeuta um profissional que atua diretamente em funções determinantes para a vida do paciente, desde a infância até a fase adulta. No caso das habilidades motoras, o Fisioterapeuta atua em funções básicas como andar, sentar, ficar em pé, engatinhar e se locomover de uma maneira geral.
Algo que não pode passar despercebido na atuação deste profissional é a relação com os pais, informando quais exercícios são fundamentais para a criança. Assim, pais e responsáveis podem gerenciar a execução dos exercícios feitos em casa, caso seja recomendado. Como a familiaridade com o local sempre é um ponto positivo para a criança com TEA, as atividades em casa podem dar mais confiança ao paciente.
Dentre os vários exercícios destinados à melhora dos pacientes, muitos Fisioterapeutas utilizam o método Bobath, que traz resultados satisfatórios. O método não foi desenvolvido para a intervenção no autismo e sim para casos de Paralisia Infantil e derrames cerebrais, porém ele apresenta excelentes resultados para os pacientes. Isto acontece porque a adequação do corpo a uma postura física mais saudável é o ponto chave da técnica Bobath, responsável por dar simetria ao corpo, administrar as posições do indivíduo, dar firmeza ao tronco, promover alongamentos e trabalhar o tônus muscular.
Não podemos esquecer que cada caso é único, portanto os resultados variam de para paciente. Porém, crianças com TEA podem ter mais qualidade de vida e bem estar quando acompanhados, desde o início do diagnóstico, por profissionais especialistas.