A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso, sendo também conhecida como Doença do Neurônio Motor ou Doença de Lou Gehrig. Ela ganhou destaque na mídia internacional em 2014, com a campanha “Desafio Balde de Gelo” nas redes sociais, em que famosos e anônimos derrubavam um balde de água gelada no corpo para divulgar a ELA e arrecadar fundos para pesquisas sobre a doença.
A ELA é provocada pela degeneração progressiva no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segundo neurônio motor inferior da medula espinhal. Quando estes neurônios, que são células nervosas especializadas, perdem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, a doença se manifesta, acarretando em uma paralisia motora progressiva, irreversível e limitante.
A causa específica para a Esclerose Lateral Amiotrófica ainda é desconhecida, mas é possível destacar alguns fatores que estão relacionados à doença:
- Mutação genética;
- Desequilíbrio químico, pois os pacientes geralmente apresentam níveis de glutamato mais elevados que o normal, e o excesso desta substância pode ser tóxico para algumas células nervosas;
- Doença autoimune, que pode levar o corpo a provocar a morte dos neurônios;
Como as causas ainda são desconhecidas, não é possível identificar fatores de risco para a doença. A única preocupação deve ser em casos de família onde um membro possui a forma hereditária da doença, pois fatores genéticos estão relacionados à ELA.
Sintomas e diagnóstico
Em geral, os sintomas aparecem após os 50 anos de idade, porém podem se desenvolver também em pessoas mais novas. Pacientes com ELA apresentam a perda gradual da força e da coordenação muscular, o que dificulta e, com o avanço da doença, impossibilita a realização de tarefas do dia a dia como levantar-se de uma cadeira, subir escadas ou engolir os alimentos.
A Esclerose Lateral Amiotrófica não afeta os sentidos e raramente afeta o funcionamento dos intestinos, da bexiga ou a capacidade de raciocínio e pensamento do paciente. Os músculos da respiração e da deglutição tendem a ser os primeiros afetados e, conforme o avanço do quadro clínico, mais grupos musculares podem apresentar problemas.
O nome da doença explica o principal sintoma dos pacientes: o endurecimento dos músculos (esclerose), inicialmente em um dos lados do corpo (lateral) e com atrofia muscular (amiotrófica). Os outros sintomas incluem:
- Dificuldade para respirar
- Engasgar com facilidade
- Cabeça caída devido à debilidade dos músculos do pescoço
- Cãibras musculares
- Alteração da voz e problemas de dicção
- Espasmos e contrações musculares
O diagnóstico é difícil e geralmente inclui diversos profissionais da saúde para a confirmação da Esclerose Lateral Amiotrófica. Uma série de exames são realizados para descartar outras doenças e identificar em qual grau os músculos já estão afetados.
Tratamento
O tratamento para a Esclerose Lateral Amiotrófica inclui um medicamento que reduz a velocidade de progressão da doença e prolonga a vida do paciente, além do estabelecimento de um protocolo de fisioterapia para maximizar a função muscular e o estado de saúde geral, de acordo com o estágio de evolução da doença. Apesar da doença não ter cura, é possível melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
O papel do Fisioterapeuta é extremamente importante em pacientes com ELA, devendo iniciar o protocolo antes mesmo da perda significativa da força e das funções musculares, sendo contínuo na vida do paciente. Isto porque, a fisioterapia pode manter a flexibilidade articular normal ou a amplitude do movimento, prolongar, o máximo possível, a força muscular e diminuir as dores.