O Acidente Vascular Cerebral (AVC) se caracteriza pela interrupção do suprimento sanguíneo para uma região do cérebro, cortando o aporte de oxigênio e dos nutrientes essenciais para o funcionamento do órgão. Ele pode ocorrer de duas formas:
- AVC Isquêmico, quando o fluxo de sangue é interrompido para uma parte do cérebro;
- AVC Hemorrágico, quando uma artéria se rompe no cérebro, sendo este considerado o mais grave por geralmente produzir sequelas mais graves.
Após o AVC, o paciente sofre com diversas complicações, sendo a dificuldade de locomoção uma das principais. As sequelas mais comuns são:
- Hemiplegia (quando um lado do corpor é afetado);
- Perda de parte da memória;
- Problemas nos músculos responsáveis pela deglutição, podendo até mesmo ser necessária a alimentação por sonda.
- Comprometimento e redução da força e amplitude dos movimentos, causada pela perda de controle motor, dentre outras.
Porém, uma das maiores sequelas para os pacientes é a limitação das atividades diárias, especialmente porque, dependendo da gravidade do AVC, alguns movimentos não poderão ser recuperados. Por isso, quanto mais cedo o tratamento da fisioterapia começar, melhor o prognóstico.
O tratamento requer um especialista em Fisioterapia Neurofuncional, pois é este profissional que atua tanto na área motora e na área cognitiva. Além de tratar as sequelas, a fisioterapia busca a reintegração do paciente à sociedade, de modo que ele possa realizar uma parte das atividades que fazia antes. As sessões devem começar o quanto antes, ainda no hospital, afinal quanto mais o paciente for estimulado, mais rápida a recuperação.
As principais áreas trabalhadas pela Fisioterapia são:
Equilíbrio e Marcha
O AVC provoca alterações sensóriomotoras, levando à assimetria na descarga do peso e, consequentemente, ao prejuízo do equilíbrio. As alterações no equilíbrio afetam diretamente a marcha, aumentam os riscos de queda e a dependência nas atividades diárias.
Como a locomoção fica comprometida, o treino de marcha, de equilíbrio e de trocas posturais são essenciais para a maior independência do paciente. A reabilitação motora, através da Fisioterapia, envolve o processo de reaprendizagem dos movimentos após a lesão cerebral.
Alongamentos
Os músculos do paciente se encontram em contratura intensa, encurtados, e isso dificulta a amplitude de movimento, a reabilitação do paciente e o retorno para as atividades normais. Com o trabalho de alongamento, é possível ganhar maior amplitude de forma gradual.
Sensibilidade e propriocepção
É essencial que o paciente possa se posicionar no espaço e ter a noção de distância dos objetos que estão próximos.
Reaprendizado motor
O AVC pode fazer com que o cérebro “esqueça” como a deambulação ocorre e como as pernas devem se movimentar.
Fortalecimento muscular
O grande objetivo desde o início do tratamento é restabelecer o tônus muscular. Como os membros do paciente estão hipertônicos na fase tardia, pode dar a impressão de que o músculo está muito fortalecido quando, na verdade, as fibras estão fracas e severamente encurtadas. A fisioterapia é capaz de reduzir o padrão articular do indivíduo e melhorar os movimentos.